Que tal uma Road Trip pela Europa?

Eu adoro viajar e gosto demais de planejar minhas viagens. Pesquisar hotéis, definir roteiro, escolher atrações turísticas imperdíveis, selecionar restaurantes. Cada detalhe do planejamento é uma viagem em si e ele meio que prolonga a experiência do viajante, sabe? Apesar disso, depois de tantas oportunidades, pude perceber que a despeito de toda a dedicação “pré-partida”, as viagens ficam ainda melhores com um “tempero” especial: o improviso.

Quem quer fazer um passeio pela Europa, tem muitas opções de transporte: carro, trem, avião, cruzeiro e ônibus. Todas são de ótima qualidade, mas fazer uma “road trip”, de carro, tem aquele tempero a mais de poder modificar, acrescentar, transformar a viagem de um minuto para o outro.

Já fiz viagens de carro por Portugal e Espanha super legais quando morei lá, só que eram sempre viagens curtinhas, de um final de semana apenas. Mais recentemente fiz uma viagem para a Itália e tínhamos 16 dias para conhecer a maior parte possível da “Bota”. Ficamos em dúvida sobre comprar um daqueles passes de trem que permite viajar por certo tempo ou alugar um carro. Seria impraticável ver tudo que desejávamos, de norte a sul, e não queríamos que a viagem fosse tão cansativa, por isso nossa estratégia foi definir “bases” para passar a noite e fazer passeios por cidades próximas durante o dia. Definimos inicialmente pontos de chegada e partida diferentes (Milão e Roma, respectivamente) e usaríamos o restante do tempo para viajar entre uma parte e outra. Selecionamos Milão, Arcugnano, Mestre (Veneza), Florença e Roma para dormirmos e buscamos passeios próximos para irmos e voltarmos no mesmo dia.

Tanto o trem quanto o carro atenderiam à nossa necessidade, mas a ideia de comprar todos os bilhetes antecipados; não poder mudar de horário repentinamente; não poder se atrasar porque um ponto turístico precisava de mais tempo; nem poder parar a qualquer hora para apreciar uma paisagem na estrada; foi crucial para tomarmos a decisão de viajar de carro. E foi a melhor escolha que podíamos ter feito!

Selecionamos locais que não podíamos deixar de visitar, mas também ficamos abertos a sugestões que poderiam surgir durante a viagem. Durante todo o percurso, mudamos de ideias algumas vezes e isso só fez enriquecer nossa experiência. O carro possibilitou pararmos no meio da estrada para fotografar um campo de girassóis (bem típico da Toscana), comer no Autogrill quando estávamos famintos, conhecer cidades que nunca tínhamos ouvido falar, nos aventurar por um vinhedo “perdido” pelo caminho. Sem contar que o aluguel de carro não é tão caro, e as estradas bem cuidadas e de alta velocidade contribuíram para que não perdêssemos tanto tempo dirigindo.

Campo de girassóis na Toscana, Itália. Foto: Adriana Soares

Estrada na Itália. 

É claro que, a depender do tipo de viagem, do tempo e verbas disponíveis e do tamanho do grupo, o melhor meio de transporte pode ser outro, mas quem tiver tempo e vontade de sair um pouco dos roteiros mais clássicos, uma viagem de carro pode ser a solução.